sexta-feira, 5 de junho de 2015

MENINO DE PIRADA QUE JÁ SE TREINOU COM SNEIJDER E ZANETTI NO INTER

BOCAR DJUMO
Bocar Djumo tem 20 anos e já visitou mais países que muita gente mais velha. O percurso do jogador de futebol no estrangeiro é maior que o percurso que fez em Portugal. A sua carreira conta já com uma passagem pelo Inter de Milão e, mais recentemente, pelo Sliema Wanderers, de Malta.
Com 16 anos estava em Milão, cidade onde viveu e estudou, ao mesmo tempo que representou o Inter nas camadas jovens. A oportunidade surgiu depois de uma semana de testes no Benfica e de uns dias no US Taunton, de Inglaterra. Sete dias foram suficientes para traçar o destino do jovem no clube italiano que o fez assinar contrato até à época 2014/2015.
Dos 16 aos 18 anos Bocar treinou-se, muitas vezes, com a equipa sénior do Inter de Milão da qual Zanetti, Philippe Coutinho e Sneijder faziam parte e que o ponta de lança relembra como «uma experiência muito positiva em que a aprendizagem foi marcante».

Na altura era o único português a integrar o plantel e a perspetiva de Djumo é a de que em Portugal «não se aposta nos jovens e o futebol resume-se a muito poucos clubes».
Mais tarde, o contrato com o Inter de Milão levou-o ao Sliema Wanderers de Malta, clube onde esteve até ao passado mês de maio. Agora, considera-se um jogador livre à espera de novidades que o levem, quem sabe, a continuar o seu historial fora do país.

«A segunda liga em Portugal é como se fosse a primeira em Malta, porque o futebol não é tão desenvolvido. Não viveria lá de livre vontade, mas foi para onde me mandaram», confessa o jogador. Da sua experiência pela ilha recorda que nem sempre é fácil viver longe da comida portuguesa «muito melhor que a de Malta».
Restaurantes lusos nunca os viu e as pessoas são «menos abertas e afáveis». O jovem nasceu na Guiné-Bissau, na cidade de Pirada, mas com três anos veio para Portugal com os pais que até hoje vivem em Armação de Pêra, no Algarve.

De nacionalidade portuguesa mas um cidadão do mundo, Bocar considera-se português e admira a pátria «pelas pessoas serem muito amigáveis, respeitosas e prontas a acolher todo o tipo de raças». Ao contrário dos países por onde passou, que, no seu ver, têm algumas reservas na forma como recebem os estrangeiros: «Diretamente não senti nenhuma discriminação, mas senti que não era bem-vindo, tanto por colegas como também fora do clube.»
Esta dificuldade de adaptação foi encarado pelo ponta de lança com pragmatismo: «Estou lá para fazer o meu trabalho e é para isso que luto todos os dias.»

Portugal e… outras paragens
Djumo começou a formação no Armacenenses, no Algarve, seguiu-se o Imortal e, durante o contrato com o Inter de Milão, cumpriu empréstimos no União da Madeira, Otelul Galati (Roménia) e, por fim, no Sliema Wanderers, de Malta. Em tempo de férias, o jogador regressou ao Algarve, oportunidade que de resto faz questão de aproveitar todos os verões e no natal. De momento, está em viagem pela Europa e depois voltará a terras lusas.
Internacional luso

As chamadas à seleção portuguesa foram inevitáveis a partir dos sub-18. Com três internacionalizações e 164 minutos, a sua fase mais assídua tem sido pelos sub-19. O ponta de lança já marcou um golo em cinco jogos em 313 minutos.
Ideal de futuro onde as saudades já não são impeditivas

Os primeiros tempos no estrangeiro, não foram fáceis, já que as saudades da família e dos amigos apertaram, mas depois de alguns anos nesta vida admite que a distância já não o afeta como afetava. O sonho do jovem português é o de ingressar na primeira liga portuguesa, inglesa ou espanhola. A bagagem que leva aos 20 anos já não o impede de tentar voos de longa distância.
Fonte: Abola/o Golo-GB


0 comentários:

Postar um comentário