quarta-feira, 27 de maio de 2015

SETE DIRIGENTES DA FIFA DETIDOS NA SUÍÇA POR SUSPEITAS DE CORRUPÇÃO

Justiça suíça investiga atribuição dos mundiais de futebol de 2018 e 2022. Segundo o New York Times, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.
Sete dirigentes da FIFA foram detidos esta quarta-feira na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção. O caso envolve o alegado pagamento de subornos, na ordem dos 92 milhões de euros, desde a década de 1990.
Segundo nota das autoridades norte-americanas, as autorid

ades suíças detiveram Jeffrey Webb, actual vice-presidente da FIFA, membro do comité executivo do organismo e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas); Eduardo Li, presidente da Federação de Futebol da Costa Rica e membro do comité executivo da FIFA; Júlio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; Costas Takkas, ligado ao presidente da Concacaf, Jeffrey Webb; Eugénio Figueredo, actual vice-presidente da FIFA e membro do comité executivo; Rafael Esquivel, presidente da federação venezuelana de futebol e membro do comité executivo da Conmebol (Confederação Sul-Africana de Futebol); e ainda José Maria Marin, membro do comité organizador da FIFA para os torneios olímpicos de futebol e antigo presidente da federação brasileira de futebol.
A justiça suíça abriu, paralelamente, um outro inquérito relativo à atribuição dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022, à Rússia e Qatar, respectivamente, segundo avança a agência Associated Press. O inquérito contra desconhecidos tem data de Março deste ano e refere-se a "branqueamento de capitais e gestão danosa". Os enriquecimentos ilícitos na atribuição das competições ocorreram em parte na Suíça, esclareceu em comunicado o gabinete do procurador-geral helvético, que ordenou buscas aos escritórios da FIFA no âmbito deste processo. Na sequência das buscas foram apreendidos documentos e dados informáticos.
Nesta altura, decorrem também buscas na sede da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), em Miami. O organismo é liderado por um dos detidos, Jeffrey Webb.
Em comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que indiciou nove dirigentes e cinco funcionários da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos. "É um período de, pelo menos duas gerações de dirigentes de futebol que, alegadamente abusaram das suas posições de confiança para adquirirem milhões de dólares em subornos e comissões", disse a procuradora Loretta Lynch.
   Blatter continua na FIFA e eleições vão realizar-se sexta-feira
Em conferência de imprensa, o director de comunicação da FIFA, Walter de Gregório, assegurou que a eleição para a presidência do organismo, que está marcada para sexta-feira, vai prosseguir, assim como o encontro anual da FIFA, que se realiza no mesmo dia - razão pela qual, aliás, muitos dos altos dirigentes que foram detidos se encontravam já em Zurique.
Walter de Gregório sublinhou que Joseph Blatter, que procura o quinto mandato à frente da FIFA, não está envolvido nem foi acusado pelas autoridades, tal como o secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke. Aos jornalistas, repetiu que a FIFA é a "parte prejudicada" em todo este processo, garantindo que o organismo está a fornecer às autoridades todas as informações ou elementos solicitados. "É um momento difícil, mas estamos satisfeitos com o que está a acontecer", resumiu.
Em relação aos Mundiais de Futebol sob investigação, Gregório não quis entrar em especulações e garantiu que, da parte da FIFA, a intenção é que ambas as competições se mantenham nos locais já definidos.
Operação ao início da manhã em Zurique
A operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu encontro anual. O Ministério da Justiça e a polícia da Suíça confirmaram as detenções e indicaram que se prevê a extradição dos detidos para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitados subornos desde o início dos anos 1990.
As detenções realizaram-se de forma pacífica. Após pedirem as chaves na ressecção, os agentes dirigiram-se aos quartos dos arguidos. Pelo menos dois homens saíram do hotel sem algemas.
Em causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas envolvendo os concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e transmissão de jogos, de acordo com três agentes com conhecimento directo do caso.
O New York Times afirma que a investigação representa uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido acusado. No entanto, escreve o jornal, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.
Além dos dirigentes da FIFA, a acusação das autoridades norte-americanas inclui também executivos de empresas ligadas ao desporto e marketing, dos Estados Unidos da América e da África do Sul, que são suspeitos de terem pago mais de 150 milhões de dólares (cerca de 137 milhões de euros) em subornos, em troca de acordos com média associados aos grandes campeonatos de futebol.
Fonte DN
Por: Aguinaldo Ampa/ OGOLO-GB

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