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BOCAR DJUMO |
Bocar
Djumo tem 20 anos e já visitou mais países que muita gente mais velha. O
percurso do jogador de futebol no estrangeiro é maior que o percurso que fez em
Portugal. A sua carreira conta já com uma passagem pelo Inter de Milão e, mais
recentemente, pelo Sliema Wanderers, de Malta.
Com
16 anos estava em Milão, cidade onde viveu e estudou, ao mesmo tempo que
representou o Inter nas camadas jovens. A oportunidade surgiu depois de uma semana
de testes no Benfica e de uns dias no US Taunton, de Inglaterra. Sete dias
foram suficientes para traçar o destino do jovem no clube italiano que o fez
assinar contrato até à época 2014/2015.
Dos 16 aos 18 anos Bocar treinou-se, muitas vezes, com a equipa sénior do Inter
de Milão da qual Zanetti, Philippe Coutinho e Sneijder faziam parte e que o
ponta de lança relembra como «uma experiência muito positiva em que a
aprendizagem foi marcante».
Na
altura era o único português a integrar o plantel e a perspetiva de Djumo é a
de que em Portugal «não se aposta nos jovens e o futebol resume-se a muito
poucos clubes».
Mais tarde, o contrato com o Inter de Milão levou-o ao Sliema Wanderers de
Malta, clube onde esteve até ao passado mês de maio. Agora, considera-se um
jogador livre à espera de novidades que o levem, quem sabe, a continuar o seu
historial fora do país.
«A
segunda liga em Portugal é como se fosse a primeira em Malta, porque o futebol
não é tão desenvolvido. Não viveria lá de livre vontade, mas foi para onde me
mandaram», confessa o jogador. Da sua experiência pela ilha recorda que nem
sempre é fácil viver longe da comida portuguesa «muito melhor que a de Malta».
Restaurantes lusos nunca os viu e as pessoas são «menos abertas e afáveis». O
jovem nasceu na Guiné-Bissau, na cidade de Pirada, mas com três anos veio para
Portugal com os pais que até hoje vivem em Armação de Pêra, no Algarve.
De
nacionalidade portuguesa mas um cidadão do mundo, Bocar considera-se português
e admira a pátria «pelas pessoas serem muito amigáveis, respeitosas e prontas a
acolher todo o tipo de raças». Ao contrário dos países por onde passou, que, no
seu ver, têm algumas reservas na forma como recebem os estrangeiros:
«Diretamente não senti nenhuma discriminação, mas senti que não era bem-vindo,
tanto por colegas como também fora do clube.»
Esta dificuldade de adaptação foi encarado pelo ponta de lança com pragmatismo:
«Estou lá para fazer o meu trabalho e é para isso que luto todos os dias.»
Portugal
e… outras paragens
Djumo
começou a formação no Armacenenses, no Algarve, seguiu-se o Imortal e, durante
o contrato com o Inter de Milão, cumpriu empréstimos no União da Madeira,
Otelul Galati (Roménia) e, por fim, no Sliema Wanderers, de Malta. Em tempo de
férias, o jogador regressou ao Algarve, oportunidade que de resto faz questão
de aproveitar todos os verões e no natal. De momento, está em viagem pela
Europa e depois voltará a terras lusas.
Internacional luso
As
chamadas à seleção portuguesa foram inevitáveis a partir dos sub-18. Com três
internacionalizações e 164 minutos, a sua fase mais assídua tem sido pelos
sub-19. O ponta de lança já marcou um golo em cinco jogos em 313 minutos.
Ideal de futuro onde as saudades já não são impeditivas
Os
primeiros tempos no estrangeiro, não foram fáceis, já que as saudades da
família e dos amigos apertaram, mas depois de alguns anos nesta vida admite que
a distância já não o afeta como afetava. O sonho do jovem português é o de
ingressar na primeira liga portuguesa, inglesa ou espanhola. A bagagem que leva
aos 20 anos já não o impede de tentar voos de longa distância.
Fonte: Abola/o Golo-GB
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