Justiça
suíça investiga atribuição dos mundiais de futebol de 2018 e 2022. Segundo
o New York Times, a investigação prossegue e Blatter não está
ilibado.
Sete
dirigentes da FIFA foram detidos esta quarta-feira na Suíça, a pedido da
Justiça norte-americana que solicitou a sua extradição para que sejam julgados
por corrupção. O caso envolve o alegado pagamento de subornos, na ordem dos 92
milhões de euros, desde a década de 1990.
Segundo
nota das autoridades norte-americanas, as autorid
ades suíças detiveram Jeffrey Webb, actual vice-presidente da FIFA, membro do comité executivo do organismo e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas); Eduardo Li, presidente da Federação de Futebol da Costa Rica e membro do comité executivo da FIFA; Júlio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; Costas Takkas, ligado ao presidente da Concacaf, Jeffrey Webb; Eugénio Figueredo, actual vice-presidente da FIFA e membro do comité executivo; Rafael Esquivel, presidente da federação venezuelana de futebol e membro do comité executivo da Conmebol (Confederação Sul-Africana de Futebol); e ainda José Maria Marin, membro do comité organizador da FIFA para os torneios olímpicos de futebol e antigo presidente da federação brasileira de futebol.
A
justiça suíça abriu, paralelamente, um outro inquérito relativo à atribuição
dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022, à Rússia e Qatar, respectivamente,
segundo avança a agência Associated Press. O inquérito contra desconhecidos tem
data de Março deste ano e refere-se a "branqueamento
de capitais e gestão danosa". Os enriquecimentos ilícitos
na atribuição das competições ocorreram em parte na Suíça, esclareceu em comunicado
o gabinete do procurador-geral helvético, que ordenou buscas aos escritórios da
FIFA no âmbito deste processo. Na sequência das buscas foram apreendidos
documentos e dados informáticos.
Nesta
altura, decorrem também buscas na sede da Concacaf (Confederação de Futebol da
América do Norte, Central e Caraíbas), em Miami. O organismo é liderado por um
dos detidos, Jeffrey Webb.
Em
comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que indiciou
nove dirigentes e cinco funcionários da FIFA, acusando-os de conspiração e
corrupção nos últimos 24 anos. "É um período de, pelo menos duas gerações
de dirigentes de futebol que, alegadamente abusaram das suas posições de
confiança para adquirirem milhões de dólares em subornos e comissões",
disse a procuradora Loretta Lynch.
Blatter continua na FIFA e eleições vão
realizar-se sexta-feira
Em
conferência de imprensa, o director de comunicação da FIFA, Walter de Gregório,
assegurou que a eleição para a presidência do organismo, que está marcada para sexta-feira,
vai prosseguir, assim como o encontro anual da FIFA, que se realiza no mesmo
dia - razão pela qual, aliás, muitos dos altos dirigentes que foram detidos se
encontravam já em Zurique.
Walter
de Gregório sublinhou que Joseph Blatter, que procura o quinto mandato à frente
da FIFA, não está envolvido nem foi acusado pelas autoridades, tal como o
secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke. Aos jornalistas, repetiu que a FIFA é
a "parte prejudicada" em todo este processo, garantindo que o organismo
está a fornecer às autoridades todas as informações ou elementos solicitados.
"É um momento difícil, mas estamos satisfeitos com o que está a
acontecer", resumiu.
Em
relação aos Mundiais de Futebol sob investigação, Gregório não quis entrar em
especulações e garantiu que, da parte da FIFA, a intenção é que ambas as
competições se mantenham nos locais já definidos.
Operação
ao início da manhã em Zurique
A
operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no
luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu
encontro anual. O Ministério da Justiça e a polícia da Suíça confirmaram as
detenções e indicaram que se prevê a extradição dos detidos para os Estados
Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem,
alegadamente, aceitados subornos desde o início dos anos 1990.
As
detenções realizaram-se de forma pacífica. Após pedirem as chaves na ressecção,
os agentes dirigiram-se aos quartos dos arguidos. Pelo menos dois homens saíram
do hotel sem algemas.
Em
causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas envolvendo os
concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e
transmissão de jogos, de acordo com três agentes com conhecimento directo do
caso.
O New York Times afirma que a investigação representa
uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido
acusado. No entanto, escreve o jornal, a investigação prossegue e Blatter não
está ilibado.
Além
dos dirigentes da FIFA, a acusação das autoridades norte-americanas inclui
também executivos de empresas ligadas ao desporto e marketing, dos Estados
Unidos da América e da África do Sul, que são suspeitos de terem pago mais de
150 milhões de dólares (cerca de 137 milhões de euros) em subornos, em troca de
acordos com média associados aos grandes campeonatos de futebol.
Fonte DN
Por: Aguinaldo Ampa/
OGOLO-GB
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